quinta-feira, 3 de junho de 2021

ARTISTA DIÁRIO - por Ogato Saramago

 

 




Fernando Brant e Milton Nascimento disseram: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”!

Mas onde está o povo?

Uma parcela (não muito grande)nos grandes teatros. Outra parcela, maior que aquela, nos ginásios e estádios que fazem as vezes de teatro. Talvez os rádios e os canais de televisão, ou a internet alcancem uma maior parte do povo, mas, assim tão remoto, isso não é (necessariamente) “estar com o povo”.

Há uma população que nem sempre, ou quase nunca, tem acesso aos artistas.

Talvez por se sentir salvo pela arte e entender a falta que ela faz aos mais distantes da sociedade de consumo, Rogério Piva seja um desses raros ARTISTAS (com todas as letras em maiúsculo).


 

Já se apresentou até para o Papa, mas isso não lhe trouxe arrogância ou estrelismo. Pessoa simples, sincera e comunicativa. Conta suas histórias com uma alegria e  um envolvimento que fascinam.

Agora ele percorre, com seu fusca laranja, as cidades que nem o tempo lembra, localizadas nos meios do Brasil. Aliás, esse seu peculiar automóvel é também seu circo, sua casa, seu escritório...



A intenção dele não é comprar uma mansão com três piscinas e oito carros importados. Seu luxo é levar a Arte aos que nem sempre podem se aproximar dela.

Já conhece a Europa, a África e não sei mais onde. Algumas vezes acompanha um circo, mas, na maior parte do tempo, viaja sozinho. Seu palco pode ser uma praça, um campinho, qualquer espaço serve.



 

Em 2018 viajou à Nova Guiné. Dessa viagem nasceu o livro DIÁRIO DE UM MALABARISTA – PAPUA NOVA GUINÉ.

Uma produção independente (espero algum dia tratar sobre os artistas independentes aqui). Obra muito bem concluída, repleta de fotos e ótimas histórias.



Para comprar, e se deliciar com as histórias, e ajudar um artista independente, e conhecer mais sobre o circo, e descobrir Papua Nova Guiné, e tudo mais, entre em contato com o autor!

Deixe que esse ARTISTA, Rogério Piva, vá até você!


Ogato Saramago






sexta-feira, 27 de novembro de 2020

CONFESSO QUE PERDI, DE JK – Por Dorival Valente


Faz uns três meses que terminei de ler o livro Confesso Que Perdi, do Juca Kfouri. Desde então queria escrever sobre ele, mas havia algo em mim que não conseguia traduzir. Nem sei se agora já sou um bom tradutor de mim. Contudo, entendo um pouco mais do que sinto.


Um ou dois anos antes de falecer, Carlos Heitor Cony disse em uma entrevista (não lembro para quem) que  sentia uma solidão causada pela ausência dos velhos amigos. Não que fosse um solitário. O fato é que todos os seus amigos eram “novos”. As pessoas que o cercavam não viveram com ele a maioria das histórias da sua vida.

A solidão das lembranças é cruel!

Algumas vezes, isto deve acontecer com todos, lembro de fatos passados de forma tão nítida que até parece que aconteceram hoje de manhã. Quando converso com alguém, que estava comigo quando o ocorrido ocorreu, e a pessoa não lembra de nada daquilo, desperto para uma solidão de ser o único que ainda vive aquilo. Talvez seja isso que o Cony sentia.

Esta semana morreu o Maradona. Ouvi uma declaração do Messi. O que ele disse, para este texto, não importa. Tentei imaginar o que diriam os jornais quando o Messi fosse o elemento sem vida. De repente percebi que, provavelmente, eu já estarei morto quando o fato imaginado ocorresse.

Sei que agora você (seja lá quem for) deve ter pensado que ninguém garante quem irá primeiro ou depois nessas questões mortíferas. Não é esta questão. O assunto aqui é a expectativa de tempo vivo.

Quando somos novos temos a pretensão de tempo vivo maior que todos nossos ídolos, exemplos, inimigos, contratempos. Assim que começamos a admirar pessoas mais novas, nasce um algo incômodo intraduzível e engasgante, uma casquinha de pipoca na garganta que a água não leva.

Chega um momento em que os atores da nossa vida se tornam apenas histórias. Não falo exclusivamente dos famosos, mas de todos: parentes, amigos, desagrados, conhecidos, vistos.

                                                           

A crueldade de 2020, sem dúvidas, ficará marcada nas anotações históricas. Porém, essa angústia que sentimos se perderá quando o último humano contemporâneo, ciente do que se passa, morrer.

Quando Juca Kfouri confessa que perdeu, na verdade, ele protege suas memórias jornalísticas para que elas não sumam com a sua futura morte (se é que um dia ele morrerá!).

Como uma pessoa de sucesso pode acreditar que perdeu?

Eu não sei o que ele pensou! Eu não sei o que os outros pensam!

Eu sei traduzir, para mim, o que li. Não quero dizer que essa tão particular tradução seja “A Verdade”.

O livro conta histórias saborosas e curiosas. Ele sabe lembrar e escrever. Dizem que é jornalista, mas escreve como colunista, cronista ou, tempos modernos, como blogueiro. Assim é o livro: notícias com um viés pessoal.

Durante a leitura do livro do Kfouri, tentei entender o que ele perdeu.

Já publiquei 6 livros

Quando eu estava com 10 anos comecei a escrever poesias, letras de música e alguma estória. Comentei ao meu irmão Nestor (já falecido) a intenção de escrever um livro. Ele riu bastante e perguntou o que é que eu sabia da vida, ou o que eu vivi para escrever um livro. Essa lembrança ainda me perturba, é claro!

Em um Natal dos anos 70, ganhei um jogo inspirado no programa do Sílvio Santos "Só Compra Quem Tem". Para este texto vou adaptar o nome do jogo para “Só Perde Quem Tem”!

Só perde a memória, quem tem memórias para perder.  Pelo visto, o Juca ainda traz guardado num quintal dentro de si (como cantou Belchior) muitas lembranças. Algumas ele as perdeu em um livro para que elas não sejam mais apenas dele.

Se houver tempo, leia Confesso Que Perdi, do Juca Kfouri.

sexta-feira, 17 de julho de 2020

QUANDO DESCOBRI QUE ERA MENINA




O que é isto que você está lendo? Uma crônica? Uma matéria jornalística? Uma resenha? Uma crítica? Um comentário? Apenas um texto?
Eu, como autor, tenho a MINHA definição; que ficará guardada para mim.
É necessário que, depois da leitura, você faça seu próprio julgamento e crie a sua opinião.
 Talvez até você sequer pense nisso. Qual é a importância de definir como classificar este amontoado de palavras? Sinceramente, nenhuma.

Contudo, em certos momentos da vida, querendo ou não, descobrimos algumas definições muito importantes, que podem justificar, explicar ou orientar os rumos que seguimos ou seguiremos na nossa caminhada.
Quando foi que isso aconteceu com você?
Qual o momento da descoberta de um fato importante que te ajuda entender a sua forma de se relacionar com as outras pessoas e com o mundo?
Eu lembro da primeira poesia que me veio. O susto e a emoção de me sentir capaz de produzir versos. Aconteceu em uma tarde de agosto de 1976... Eu não estou aqui para falar de mim! Essa história conto depois... ou nunca...
A intenção deste texto é falar sobre um livro construído de uma forma bem interessante.
Nove ilustradoras, “de traços e vivências variadas” , trocaram histórias sobre um momento especial pelo qual todas passaram. Quem recebeu o escrito ficou incumbida de ilustrar aquela narrativa. Assim nasceu
QUANDO DESCOBRI QUE ERA MENINA

O livro narra nove episódios de tomada de consciência de que não existem regras pré-determinadas, rígidas, engessadas, que cada pessoa é obrigada a seguir para viver. Sejamos livres para ser o que somos. É possível ignorar os rótulos, principalmente se eles não lhe cabem bem.

Livro produzido com apoio de muitos, pelo Catarse. É sempre bom saber que ainda há que apoie a produção de arte.

Fazendo jus à intenção do livro, as ilustrações não estão presas em molduras. Ocupam os espaços que querem, ultrapassam os limites das páginas e seguem nas infinitas possibilidades da imaginação.
Histórias curiosas, engraçadas, motivacionais, instigantes e instrutivas.
Não é um livro apenas para meninas. Meninos também podem deitar os olhos sobre essas páginas. Eles, os meninos, também precisam se descobrir. Aliás todas as pessoas, para que a vida siga com menos traumas ou tragédias, necessitam compreender a difícil simplicidade de se entender, e se aceitar, como é.

Conheço uma das autoras, Carolina Trezena. Ela fez a capa de um livro meu e dos meus amigos, Verso É Prosa.

Para a Carolina (e estendo para todas as autoras/ilustradoras do livro) fiz o que um dia eu descobri que gosto de fazer:

                                                                       REFLEXO

A menina
Os espelhos
Que não refletem
A menina
Fez-se livro
Para refletir
                                                              Dorival Valente

Ficou interessado no livro? Entre em contato com a Carolina Trezena




segunda-feira, 16 de setembro de 2019

As Nove Deusas Inspiradoras - por DCV




Ontem vi um filme francês UM CONTO INDIANO. Ele é uma reprodução do argentino UM CONTO CHINÊS. Pesquisando na internet descobri que haverá mais uma versão dessa história, nos EUA (e o estrangeiro será um mexicano). De preferência assista ao argentino (com Ricardo Darin). O inverso aconteceu com OS INTOCÁVEIS (francês) e OS INSEPARÁVEIS (versão argentina), e AMIGOS PARA SEMPRE (versão americana).

Nada contra essas versões, que mais se parecem cópias, mas pouco a favor.
Assisti ao desenho e a peça do Rei Leão. Mesma história, mesmas falas, mesmas ações. Agora há uma versão em filme: mesma história, mesmas falas, mesmas músicas, mesmas ações.
O que acontece? Há falta de novas histórias? Acabaram os bons roteiristas? Será que as nove Deusas Gregas inspiradoras das artes pediram férias de algumas décadas à Zeus?
(ficou curioso sobre essas deusas? Confira aqui: https://www.santuariolunar.com.br/deusas-as-musas/ )
Vivemos uma época em que os comerciantes das artes preferem envernizar, o que já existe, do que apostar em criações novas.
O que já foi bom ou ótimo (e ainda é) recebeu essa classificação pela sua originalidade, pelo que representou em sua época, pelo seu significante e seu significado. O filho da Elis cantando, junto com a mãe (graças ao deus computador) O BÊBADO E A EQUILIBRISTA, é deprimente.

Querem modificar os textos do Monteiro Lobato. Há publicações que “atualizam” a linguagem do Machado e do Alencar. O Marcelo Rubens Paiva disse (não sei se já o fez) que vai reescrever seus livros para que se enquadrem dentro do (atual) politicamente correto. Para que tudo isso?
 Acham que assim podem viajar no tempo e alterar o passado que hoje não lhes agrada? Vamos repintar a Monalisa (a original) com as roupas da moda?  Vamos vestir a nudez no picnic de Monet? Será que mudar a músicas significa que limpamos da nossa história as vezes que atiramos o pau no gato?
Dia desses escrevi, em um comentário no facebook, comentando a queima dos documentos da escravidão no Brasil, realizada pelo Rui Barbosa. O presente sempre tenta negar o passado com o intuito de não ser criticado no futuro. Isso é um grande erro.
A minha história, a sua história, a nossa história precisam servir como estudo,
Walter Benjamin
aprendizagem, saudade e comparação. Pode ser repesquisada, receber novos comentários e análises. Mas ela não deve, em hipótese alguma, ser reescrita. A verdade, para ser verdadeira, não pode ser alterada.
Há, claro, passagens da minha vida que não me orgulho. Cometi enganos e erros. Fui cruel quando não deveria, fui bom quando não precisava, fui neutro quando a posição era exigida. Também fiz o certo, o correto e o necessário. Sou o resumo de todas essas ações. Não posso maquiar meu passado, pois corro o risco de perder a minha essência.
Uma das minhas frustrações é não saber desenhar uma linha torta ou reta. Isso é ruim! Mas pior seria se eu tivesse o domínio da arte das tintas e gastasse o meu talento copiando as grandes obras.
Há grandes roteiros esperando uma filmadora!
Há grandes músicas esperando ouvidos!  
Há grandes livros esperando leitores!
Há grandes pintores esperando por salas de exposição!

Acontece que nossos olhos, nossos ouvidos, nossas bocas, nossos pés, estão proibidos de acessar o novo. Não o novo qualquer. O novo de qualidade.
O dinheiro que move as multidões só pode ser gasto com a certeza do retorno...
E as certezas estão enraizadas no que já foi feito, testado e aprovado.
A novidade nunca foi tão proibida como nesta época de cópias!
Um abraço!

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Ensaio Sobre a Lucidez - por Dorival Cardoso Valente





Ensaio Sobre a Lucidez é o 11º livro que leio do Saramago.
José Saramago
Uma das vezes em que participou do programa Roda Viva, da Tv Cultura, José Saramago comentou sobre o livro que escrevia naquele momento. Ele acreditava que Ensaio Sobre a Lucidez seria um livro mais impactante do que o Ensaio sobre a Cegueira, ou O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Infelizmente não foi assim que entenderam a crítica e os leitores.
A história é sobre a tomada de consciência de uma população que de forma espontânea e criativa se rebela contra o sistema vigente.


Não acontece uma revolução armada. Não é um livro de guerra. O autor imaginou uma ação que é, ao mesmo tempo, revolucionária, pacífica, transgressora, tranquila, normalista, anarquista e desobediente. Os governantes, na história, ficam perdidos e não sabem como agir. Tentam absurdos para reverter os pensamentos e as atitudes (ou a falta de ações) que aos poucos destroem o poder ou, melhor, destroem a impressão de poder.
Como bater em quem não te agride?

Como prender quem não pecou?
Como ser cruel com quem não se importa?
Por esses dias comentei uma atitude que minha mãe me ensinou: Se você não quiser que um apelido pegue, não dê bola. Deixe a pessoa falando e não dê importância. Sábias palavras!
Ensaio Sobre a Lucidez, como todo bom livro, nos faz refletir. Não sobre o nosso individualismo, mas na nossa forma coletiva de viver.
A principal preocupação dos governantes (os de agora, os de ontem, os de anteontem, os de sempre) é a sua manutenção no poder. Para isso a manipulação das crenças e dos pensamentos é essencial. ...e se deixássemos de aceitar isso? ...e se resolvêssemos pensar livremente?  ...e se decidíssimos usar as nossas próprias palavras? ...e se lêssemos mais que fofocas?
Muitas vezes um livro, lido sem preceitos ou preconceitos, faz mais estragos que uma batalha.
Não sei se Ensaio Sobre a Lucidez é mais impactante que O Evangelho Segundo Jesus Cristo ou o Ensaio Sobre a Cegueira, mas, tanto quanto os outros dois, é uma leitura que perturba (no bom sentido do termo).
Nestes tempos de trevas, merdas e fogo no Brasil, é uma leitura necessária.
Para quem aceitar a dica e puder, Boa Leitura!


terça-feira, 21 de maio de 2019

ÉDIPO E OS APOSENTADOS - Dorival Valente




Quando você é contratado de uma empresa, trabalha não apenas para sua aposentadoria. Os resultados do seu esforço ajudam a conquista de lucros para a empresa, para os donos dela e para o país. Em outras palavras, ao trabalhar você ajuda ao desenvolvimento de toda uma sociedade. Acontece que o ser humano envelhece e já não pode ou consegue produzir como antes. Fossemos máquinas seríamos desmontados, derretidos, sucateados. Não somos robôs! Agora, parece, que o ser humano idoso se torna um peso para a sociedade. Em Morte e Vida Severina, no enterro de um lavrador, trecho musicado por Chico Buarque do poema de João Cabral de Mello Neto, diz:

...É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas à terra dada, não se abre a boca
É a conta menor que tiraste em vida
É a parte que te cabe deste latifúndio
É a terra que querias ver dividida
Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas à terra dada, não se abre a boca
...”

Os economistas colocam os aposentados como um câncer para a sociedade, um estorvo, um peso a ser carregado. Dizem que os trabalhadores, em sua fase ativa, produziram pouco. Vai ver os milionários e bilionários empresários ficaram com tanto dinheiro porque acordavam antes da seis, pegavam ônibus, trem e metrô lotados, trabalhavam sozinhos mais de 8 horas por dia (fazendo algumas horas-extras), almoçavam em uma hora e ganhavam o suficiente para sobreviver. Caridosos, esses hoje endinheirados, ainda permitiam que alguns pobres fossem todos os dias às fábricas ou escritórios passar o tempo.

As pessoas, algumas, estão aprendendo a olhar os aposentados como vilões de uma sociedade que ajudaram a construir. É algo como uma história do Luís Fernando Veríssimo, um livro do Kafka ou um filme do Woody Allen, onde a personagem resolva matar o autor. Ou não! Talvez seja apenas um momento Édipo da nossa sociedade.





quarta-feira, 31 de outubro de 2018

SÓ NOS RESTA VIVER! por Dorival Valente



É claro que fico triste com o fechamento de algumas das livrarias da rede Saraiva. Assim como a da Cultura no Rio, A Van Damme de BH, a Valer de Manaus... e outras tantas livrarias em outras tantas cidades. A primeira tristeza que senti ao saber do fechamento de uma Livraria foi a da Brasiliense, aquela que ficava na Barão de Itapetininga. Eu a frequentava e sempre me emocionava por estar ali.
O problema não é novo. Essas grandes Livrarias brasileiras estão
sucumbindo às Grandes Internacionais. É a Globalização! Elas sofrem hoje, como fizeram sofrer as pequenas Livrarias em seus arroubos Megamercadológicos de crescimento no início dos anos 2000.
sugestão de leitura http://www.saopauloantiga.com.br/uma-breve-historia-das-livrarias-paulistanas/ 
Muitas dessas pequenas livrarias se venderam às franquias para ganhar uma sobrevida. Nada contra e pouco a favor. Com o fim das pequenas livrarias, desaparecia também a importante figura do Livreiro.

Aramis Chain, desde os anos 60
Rua General Carneiro 441 - Curitiba
O Livreiro era a pessoa que entendia sobre os livros. Sabia sugerir as leituras que agradariam os mais diferentes gostos literários; conhecia autores, editores, editoras, edições; auxiliava a formação de bibliotecas caseiras; e ainda achava tempo para administrar o seu negócio e ler as novidades e os clássicos.
Eu muitas vezes penso que a tecnologia precisa de limites. Em prol das comodidades e do conforto do lar, estamos deixando muitos seres humanos sem atividade. Quem vai absorver tantos funcionários demitidos pela Saraiva, por exemplo? Eu sei que aparecerá alguém que fará um discurso sobre se reinventar, sobre adaptação aos novos tempos, que a informatização/internetização cria tantos empregos como destrói os antigos... Mas não é isso que presencio. Vejo os seres humanos cada vez mais perdidos, cada vez mais sem dinheiro e sem ocupação; por outras vezes, como a demanda é enorme, a exploração do
Mário de Andrade
A foto está aqui apenas porque eu quero.
Não é citado neste texto.
Mas ele também frenquentava a Brasileinse
(eu acho).
trabalho cresce e crescerá ainda mais.
O que será de nossas vidas
Eu não sei te dizer
Observo um mar de humanos cada vez mais sem opções e condições e grandes empresários cada vez maiores e indiferentes ao vazio ocupacional e espiritual de uma boa parte das pessoas.
Só nos resta vier!